quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

O Prazer esta nas Coisas Simples



               Adições alteram nosso cérebro, assim como quaisquer hábitos que tenhamos, este mecanismo é decorrente da plasticidade cerebral, isso significa que todos os comportamentos que tivermos no decorrer de nossas vidas estarão moldando nosso cérebro.

Sexo, jogo, comida e até mesmo trabalho aumentam a liberação de dopamina (hormônio relacionado ao prazer) e obviamente as drogas também o fazem, porém de forma potencializada, fazendo com que sintamos prazer de maneira mais acentuada. O uso de drogas é um dos muitos hábitos prejudiciais que compartilhamos (e sim, isso inclui simples medicamentos), não é uma questão de moralidade e sim de que nosso organismo não é capacitado para administrar níveis excessivos de “prazer”.

Dependência significa que não se pode mais viver normalmente/naturalmente sem determinada substancia ou objeto de “desejo”, decorre de fatores tanto genéticos como ambientais e se desenvolve com o decorrer do tempo, a estrutura cerebral se altera, a tolerância e a síndrome de abstinência são exemplos dessas modificações, depressão e anedonia (falta de motivação) decorrentes da supressão ou falta desses elementos dos quais se esta dependendo também.

Cada vez mais respondemos menos à recompensas naturais, desaprendemos a pensar a longo prazo, somos imediatistas, hedonistas de primeira! Há tempos não se esta mais interessado em qualidade ou quantidade, essa não é mais a dicotomia primordial, a máxima da nova geração, denominada geração “Z” é a intensidade! Prazer pelo prazer.

Os efeitos de substancias sejam elas licitas (álcool, tabaco, medicamentos), sejam elas ilícitas (maconha, cocaína, Ecstasy) são prazerosos no momento em que as utilizamos, mas com o tempo e principalmente em excesso tornam-se nocivos. Dependemos demasiadamente de respostas fáceis e rápidas, nossos “vícios” e adições são como fanatismos – extremos nunca me parecem solucionar problemas nem mesmo amenizá-los que seja...

Como em “Walden” ou “Na natureza selvagem” - “fomos construídos para levar vidas de silencioso desespero” – projetados para querer e buscar sempre mais, e não para termos tudo aquilo que desejamos quando desejamos. Desconforto e sofrimento são necessarios!

Dependentes perseguem prazeres contraproducentes, prejudicam suas vidas em busca de prazer imediato. Quando jovens, em decorrência das características de busca constante por novidades e impulsividade, e também por sermos mais facilmente influenciáveis, somos mais vulneráveis, nossos cérebros são menos capazes de lidar com essas substancias quanto mais jovens somos, quanto mais tardio o contato com as drogas, menor a chance de desenvolver dependência.

Recomendo aqueles que ainda sentem prazer com as pequenas coisas, um dos meus filmes favoritos – O Fabuloso Destino de Amelie Poulain.

Ana Carolina Paes

terça-feira, 13 de dezembro de 2011

A escola organizada em ciclos


O post de hoje, mais uma vez, é sobre Educação. Desta vez, vou falar sobre a  organização do ensino em ciclos. Pra quem não está familiarizado como o assunto, os ciclos dizem respeito à forma como são organizados os anos que um aluno passa na escola. Se antes este tempo era organizado em séries (1ª, 2ª, 3ª...), agora ele passa a ser organizado de dois em dois anos, três em três anos, quatro em quatro anos (ciclos).

A base para essa nova organização dos anos escolares é a idéia de que a aprendizagem não se dá de forma linear e nem ao mesmo tempo para todos os indivíduos e que por isso deve-se respeitar o tempo de cada um. Mas afinal, quais as implicações desta mudança? A primeira e, no meu ponto de vista, a mais significativa é que os alunos não reprovam antes de fechar o ciclo. Por exemplo: se o primeiro ciclo for organizado em três anos, o aluno só poderá reprovar ao final do terceiro ano.
  
Segundo a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB): “A educação básica poderá organizar-se em séries anuais, períodos semestrais, ciclos, alternância regular de períodos de estudos, grupos não-seriados, com base na idade, na competência e em outros critérios, ou por forma diversa de organização, sempre que o interesse do processo de aprendizagem assim o recomendar” (art. 23).

Sendo assim, as escolas não são obrigadas a adotar a prática da organização em ciclos devendo, como diz a lei, optar pelo que for mais favorável ao ensino-aprendizagem. No entanto, o Conselho Nacional de Educação (CNE) recomenda que as crianças não sejam reprovadas nos três primeiros anos do Ensino Fundamental porque cada uma tem um ritmo de aprendizagem.

Os que defendem esta forma de organização em ciclos afirmam que as altas taxas de reprovação no início da vida escolar são responsáveis por altos índices de evasão da escola. Além disso, as reprovações em alta escala causariam prejuízo financeiro ao estado, sobrecarregando o orçamento destinado à educação.

A Prova ABC (Avaliação Brasileira do Final do Ciclo de Alfabetização) realizada no início do ano em todas as capitais do país com crianças que completaram o 3º ano do Ensino Fundamental apontou que em relação à leitura, 43,9% não aprenderam o que era esperado para esse nível de ensino. Já no que refere à escrita esse número foi de 46,6%.

Cabe aqui discutir o aspecto da evasão, mencionado anteriormente.  Em um primeiro momento o fato de a criança não reprovar nos dois primeiros anos da escola e se manter nela em função disso, pode parecer positivo. Mas é preciso pensar o que vai acontecer quando esta criança chegar ao final do terceiro ano e, como mostram os dados, não atingir o desempenho esperado. Será que ela não vai evadir mesmo assim? Será que ao invés de ampliar o acesso à educação não se está aumentando as desigualdades visto que ela não vai conseguir acompanhar os demais colegas?

O fato é que as crianças que tiverem dificuldades desde o primeiro ano e mesmo assim forem aprovadas não terão as ferramentas básicas para o ano seguinte. Quero deixar claro aqui que a questão central não é ser contra ou a favor à organização dos anos escolares em ciclos e sim se a escola vai dispor de ferramentas para auxiliar esse aluno que vai estar “atrás” dos demais colegas.  

Por Tamara Souza

quinta-feira, 3 de novembro de 2011

Depressão é frescura?


Outro dia estava conversando com uma pessoa e ela me disse que acha que depressão é frescura. Pensando sobre o tema para escrever para o blog e depois de muito refletir sobre isso, achei que seria interessante falar sobre  este assunto, que muitas vezes é tratado como tabu na nossa sociedade. Confesso que como estudante de Psicologia  fico triste em saber que ainda tem pessoas que pensam assim.

Apesar de as estatísticas variarem dependendo do estudo, estima-se que de 20% a 30% da população mundial sofra de depressão. Não cabe aqui discutir os critérios diagnósticos ou questionar se este número corresponde ou não à realidade. Independente  das estatísticas, certamente isso NÃO É FRESCURA, DEPRESSÃO É DOENÇA! Entre os sintomas estão: perda do interesse por atividades diárias, apatia, desesperança, alterações do apetite e do sono, dificuldade de concentração, retraimento social, ideação suicida, entre tantos outros.

Apesar do avanço no tratamento, tanto no que se refere aos medicamentos quanto à psicoterapia, muitas pessoas com depressão chegam ao extremo de tirar a própria vida. O suicídio está entre as primeiras 10 causas de morte no mundo. Os dados são preocupantes: estima-se que um milhão de pessoas cometa suicídio por ano no mundo. Entre as tentativas frustradas, o número varia de 10 a 20 milhões por ano.

Diante desses dados, acredito que seja no mínimo insensato dizer que depressão é frescura. O fato de muitas pessoas pensarem assim acaba por agravar em alguns casos o quadro. Muitas vezes os próprios familiares e amigos tem dificuldade de entender o que a pessoa está passando, muito pela falta de conhecimento sobre o tema. Muitas vezes na tentativa de ajudar, dizem coisas como “você tem que ser forte, tem que lutar” e isso acaba por piorar a situação, pois a pessoa simplesmente não tem mais forças pra lutar e acaba se sentindo culpada.

Por outro lado, a própria pessoa tem dificuldade de perceber a intenção de ajuda por parte das outras pessoas. Um dos motivos pra que isso aconteça é que a pessoa com depressão passa a ter uma visão distorcida dos acontecimentos, passando a ver somente o lado negativo dos mesmos (essa talvez seja a característica mais marcante da doença).

Como eu disse lá no início a depressão ainda é tratada muitas vezes como um tema tabu na nossa sociedade. Por isso a importância de se falar abertamente sobre o tema, não só no meio acadêmico, mas entre a população em geral a fim de que se possa desmistificar a idéia de que “depressão é frescura”. Espero ter contribuído um pouco neste sentido.

Por Tamara Souza

terça-feira, 25 de outubro de 2011

Cotas, por quê?


Assunto muito debatido há alguns anos é o sistema de cotas raciais como forma de inclusão social. Grande parte das vezes, entretanto, o debate gira em torno de argumentos pouco fundamentados além pouco se entender sobre as razões que levaram e mantém a exclusão e que fazem necessário algum tipo de intervenção, concordemos ou não com as cotas.

O sistema de cotas é um “reparo” aos anos de escravidão a que os negros foram submetidos no Brasil, sendo a eles, neste período, negado alguns dos direitos mais fundamentais da condição humana.

Como se sabe, os negros eram capturados (geralmente separados de suas famílias) em África e transportados (em situações precárias) até o Brasil para que (os que sobrevivessem à viagem) aqui exercessem o trabalho escravo. A chegada dos primeiros negros para o trabalho escravo se deu ainda no século XVI. A abolição só se deu quase 340 anos depois e neste período exercia trabalhos forçados, era torturado, não tinha direito a liberdade, a salário ou a educação.

A abolição, da forma como se deu, não foi inclusiva. Esta visava muito mais atender a interesses financeiros do que uma consciência da desumanidade do regime escravista. Desta forma a lei Áurea libertou, mas não incluiu, transformando negros ex-escravos e negros marginalizados. Continuava o negro sem acesso a educação, terras ou emprego. O samba Mangueira, de 1988, retrata bem o quadro: “... Pergunte ao criador quem pintou essa aquarela; Livre do açoite na senzala; Prezo na miséria da favela...”.

O quadro pintado entre os séculos XVI e XIX (sim, a história do Brasil tem mais tempo na escravidão do que após a mesma) pode ser visto ainda hoje. Pesquisas revelam que 64% dos pobres são negros, sendo o percentual de negros na população Brasileira de 45,4. Além disso, pesquisa de 2003 mostra que 43% da população negra encontra-se abaixo da linha da pobreza.

Através do acesso a educação o sistema de cotas visa a redução desta desigualdade que, no Brasil, se confunde social e racialmente. Esta desigualdade, como tentei demonstrar, tem origens históricas e, concordemos ou não com o sistema de cotas, deve, de alguma forma, ser combatida.

Recomendo leitura: http://www.adital.com.br/site/noticia2.asp?lang=PT&cod=19978 .

segunda-feira, 17 de outubro de 2011

Mulheres Pela Paz

2011, foi declarado pela ONU como o Ano Internacional da Química e das Florestas. Mal sabiam eles que seria o ano das greves, das redes sociais e das “revoluções” no oriente... 

A declaração da ONU me lembrou da física nuclear polonesa Marie Curie, que foi a primeira mulher a receber um Nobel, em 1903.  E também a única mulher até hoje a receber um segundo prêmio Nobel - o de Química, em 1911.

Apesar disso, a presidente da Libéria, Ellen Johnson-Sirleaf e as ativistas Leymah Gbowee e Tawakul Karman ganharam o prêmio Nobel da Paz 2011, pela "luta não violenta pela segurança e os direitos das mulheres para participar plenamente das tarefas de pacificação".

O prêmio Nobel da Paz segundo  Alfred Nobel, deveria distinguir "a pessoa que tivesse feito a maior ou melhor ação pela fraternidade entre as nações, pela abolição e redução dos esforços de guerra e pela manutenção e promoção de tratados de paz".

Ao contrário dos outros prémios Nobel, o Nobel da Paz pode ser atribuído a pessoas ou organizações que estejam envolvidas num processo de resolução de problemas, ao invés de apenas destacar aqueles que já atingiram os seus objetivos em alguma área específica (como os outros premios), o que não desmerece outros premios, mas faz deste um prêmio com características próprias.

Desde 1901, de um total de 851 premiações, somente 44 foram destinadas a mulheres, sendo que destes, somente 15 mulheres foram contempladas com prêmios Nobel da Paz, ao que podemos incluir as 3 novas ganhadoras, Ellen Johnson-Sirleaf, Leymah Gbowee e Tawakul Karman. Todas envolvidas em questões relativas aos direitos humanos, direitos das mulheres e pela paz, das quais provavelmente você só ouviu falar da Madre Teresa de Calcutá.

Os membros do júri acrescentaram: não se pode alcançar "a democracia e uma paz duradoura no mundo até que as mulheres obtenham as mesmas oportunidades que os homens para participarem do desenvolvimento social em todos os níveis".

Leymah Gbowee disse que as mulheres não devem esperar salvadores. "Não esperem por (Nelson) Mandela, não esperem por (Mahatma) Gandhi, não esperem por (Martin Luther) King. Vocês têm que ser seu próprio Mandela, seu próprio Gandhi, seu próprio King".

Umas das ganhadoras, conhecida como "dama de ferro", Ellen Johnson-Sirleaf (presidente da Libéria), foi a primeira mulher eleita chefe de Estado de um país africano, nós também temos uma presidente mulher, mas o que isso significa para o nosso país e para o mundo? 

Ana Carolina Paes

quinta-feira, 6 de outubro de 2011

Em busca de sentido



Em sua obra ‘Em busca de sentido’, Viktor Frankl não tem como objetivo apenas relatar os horrores vividos como prisioneiro de um campo de concentração mas também descrever as vivências dos refugiados, analisando tanto seus aspectos físicos quanto psicológicos. Médico e psicólogo, o autor tenta entender o que motiva um refugiado à lutar ou desistir de sua própria vida frente à tanto sofrimento e constante falta de esperança. Tal interesse resulta na criação da logoterapia, ou seja, terapia criada por Frankl voltada para o sentido da vida, com foco no futuro.
Durante todo o período em que esteve sob o domínio alemão, Frankl por diversas vezes chegou muito perto da morte. As seleções feitas para separar os homens aptos para o trabalho dos quais não o eram, sendo esses mandados imediatamente para as câmaras de gás; a fome e o frio constantes; condições de higiene deploráveis; maus tratos, como espancamentos e humilhações; doenças e epidemias; trabalho forçado em condições subumanas que levavam à exaustão; enfim, foram inúmeras as situações as quais causaram o extermínio de milhões de judeus e que quase fizeram de Frankl parte da estatística.
A criação da logoterapia só se deu após Frankl ter conseguido sua liberdade, mas pode-se notar durante toda a obra diversos aspectos que são abordados em sua teoria, assim como lições que podem ser levadas para a vida toda, tanto no aspecto pessoal como no profissional.
Uma das primeiras coisas que Frankl conclui durante as primeiras semanas de trabalho forçado, fome e frio, é de que o homem é um ser completamente adaptável. Por mais extremas que sejam as circunstâncias, como por exemplo um campo de concentração, o corpo humano é perfeitamente capaz de se ajustar a qualquer realidade de forma que possa sobreviver às condições mais adversas possíveis, podendo surpreender a si próprio. Uma das estratégias de defesa da mente humana é se retirar daquela situação, entrar em uma espécie de negação sobre a gravidade de suas condições, demonstrando apatia devido à falta de perspectiva positiva em relação à vida. O humor negro também é algo presente uma vez que a vítima se torna insensível e até mesmo indiferente com o que acontece à sua volta. 
Outro aspecto considerado muito importante pelo autor para sua sobrevivência foi a crença de que havia uma vida o esperando fora do campo. Essa consciência, segundo Frankl, gera uma força interna inigualável e sem dúvida foi um dos fatores determinantes para aqueles que conseguiram sair com vida de tamanha tragédia.
A logoterapia tem como fundamento principal a busca do sentido como força primária da vida de um indivíduo. Vida esta não constituída apenas de alegrias mas também de aflições, tormentos e tensões que só serão lidados de forma saudável e consequentemente superados se o indivíduo atribuir um significado à sua vida. A ausência de perspectiva e objetivos para o futuro fazem com que a pessoa desvalorize sua existência, o que a levará ao abandono de qualquer forma de sobrevivência. A ideia de que nossas vidas deveriam apresentar uma espécie de homeostase é perigosa, segundo Frankl, pois remete à uma vida sem conflitos e isso não é precedente de saúde mental.
Ter a consciência de que a vida possui momentos de crise e que isso não só é natural mas também necessário, é essencial para que a pessoa construa seus próprios métodos de enfrentamento para cada obstáculo que venha a enfrentar. Isso a torna responsável por si própria, capaz de superar dificuldades e de até mesmo ajudar o próximo a fazer o mesmo. Segundo Frankl, o ser humano sempre vai em direção à outro e precisa desse contato para que sua existência não se restrinja à apenas si próprio. Enfim, a leitura da obra pode não ser considerada leve por abordar temas perturbardores como os abusos presentes em um campo de concentração, mas é válida pela riqueza da experiência. É impossível não se deixar “contaminar” pela força e determinação inspiradoras do autor.

sexta-feira, 23 de setembro de 2011


            Assistindo ao filme Lanterna Verde (Green Lantern) (uma adaptação dos quadrinhos), e estudando os textos da disciplina de Fundamentos de Psicologia Humanista-Existencial, comecei a refletir questões sobre “vontade”.

            Na historia do Lanterna Verde existem “Guardiões do universo” que possuem um anel com poderes sobre o mundo físico. Este anel cria “objetos” de acordo com a mente de quem o possui, limitado apenas por duas coisas: a força de vontade do lanterna verde e o medo. Assim, a maior força do universo é a vontade, e seu impedimento os próprios limites da vontade (e da criatividade) e o medo. Quanto maior a força de vontade do usuário, mais eficaz é o anel. 

            Nós somos muitas vezes, nossa maior força e nossa maior fraqueza, nosso maior inimigo está em nós mesmos assim como nesta historia, esse inimigo é o medo. Nos quadrinhos a solução é compreendê-lo e superá-lo, o que é uma habilidade aprendida, ou seja, precisa ser treinada e aperfeiçoada.

            Essas questões me remeteram primeiramente a “Vontade de potencia” do filosofo alemão Nietzsche – que coloca a existência do mundo e dos seres que nele habitam, como um continuum, que sempre existiu e sempre existirá, e o que move e mantém esta existência é a vontade - “esse meu mundo dionisíaco do eternamente-criar-a-si-próprio, do eternamente-destruir-a-si-próprio, sem alvo, sem vontade... Esse mundo é a vontade de potência — e nada além disso! E também vós próprios sois essa vontade de potência — e nada além disso!”

            Neste caso, Vontade de Potencia não está relacionada a nenhum tipo de força física, dinâmica ou outra, mas é a lei originária que rege as forças do universo. É interessante pensar que somos constituídos de vontade, que somos vontade e que pré-existe em nós criação e destruição, antagonistas, porém equilibradores...Mantendo uma homeostase geral...

            Finalmente isso tudo, me levou a uma questão que eu considero muito importante nas “PsicologiaS”: a cisão entre “psicologias positivas” e  “psicologias das patologias”, onde alguns vieses (dominantes) focam no indivíduo e suas patologias, perdas e etc. e em outros o foco são as características positivas ou as potencialidades do sujeito.

            A psicologia, ou as “psicologiaS” deveriam ser equilibradas, um conjunto desses fatores, articulando os aspectos que estão disfuncionais e causam sofrimento com aqueles que estão “saudáveis” e podem ajudar no desenvolvimento do organismo. Nas diversas teorias humanistas, ao que tange a “satisfação das necessidades” e o “vir a ser / poder ser”, questões de vontade, força de vontade e resiliência são tópicos recorrentes, que se voltam para essas questões que movem os seres humanos, e que os levam a continuar apesar das vicissitudes.

            Como gerenciar nossas “vontades” e nossas possibilidades? Como seres sociais e culturais, pós modernos, o que significa essa “força motriz” que nos impulsiona? Questões sobre vontade podem ser infinitas, e  são basicamente incógnitas para a Psicologia atual.

            Essas são questões do tipo existenciais, como: “de onde viemos? E para onde vamos? Quem somos?”, ou seja, impossíveis de responder, mas que mobilizam milhares de pessoas e podem sim, de diversas maneiras ser teorizadas.

"A diferença entre o possível e o impossível está na vontade humana."

"A força não provém da capacidade física e sim de uma vontade indomável." -  Gandhi

"Há uma força motriz mais poderosa que o vapor, a eletricidade e a energia atômica: a vontade." - Einstein

quinta-feira, 15 de setembro de 2011

Educação Inclusiva



Pensando sobre o tema para o “meu” post resolvi escrever sobre educação inclusiva, tema do meu estágio e que por isso tem me despertado muito interesse nas últimas semanas. De início eu pensei “preciso tentar ao máximo não colocar minha opinião pessoal no texto, ou seja, tentar ser o mais neutra possível”. No entanto, acredito que a minha humilde experiência pode de alguma forma esclarecer algumas questões e possibilitar algumas críticas mais bem fundamentadas.

Antigamente a educação de crianças com necessidades educacionais especiais era segregada, ou seja, essas crianças eram educadas nas chamadas escolas especiais. No entanto, a tendência da política atual é a luta por um modelo de educação inclusiva em que essas crianças aprendem e se desenvolvem junto com as demais.

Quero deixar bem claro que não pretendo aqui discutir se deve-se ou não incluir pessoas com necessidades educacionais especiais nas classes regulares. Acredito que esta já seja uma discussão um tanto que ultrapassada, tendo em vista que a lei determina que “O dever do Estado com educação escolar pública será efetivado mediante a garantia de – atendimento educacional especializado gratuito aos educandos com necessidades especiais, preferencialmente na rede regular de ensino” (Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional – LDB, artigo 4/III ). E ainda: “O Poder Público adotará, como alternativa preferencial, a ampliação do atendimento aos educandos com necessidades especiais na própria rede pública regular de ensino, independentemente do apoio às instituições previstas neste artigo” (LDB, artigo 60).

Para mim, a questão maior é: COMO incluir pessoas com necessidades educacionais especiais nas classes regulares? Acredito que a palavra inclusão deva ser pensada num sentido mais amplo do que apenas matricular essas crianças nas escolas junto com as demais. Deve-se pensar, acima de tudo, quais ferramentas são necessárias para que essa inclusão não se torne mais uma forma de exclusão.

Você pode estar pensando: “como que a inclusão pode se tornar exclusão?” Diante dessa questão acho que seja o momento de falar da minha experiência. O que eu percebo como estagiária de uma escola pública, atuando como mediadora de crianças com necessidades educacionais especiais é que é difícil (pra não dizer impossível) que essa criança acompanhe as demais. Muitas vezes pude presenciar o sentimento de frustração dessas crianças por não conseguir acompanhar o ritmo dos demais colegas. Diante disso, me surgem várias dúvidas: eu devo tentar fazer com que ela acompanhe o máximo possível os demais alunos (fazendo os mesmos exercícios que eles) ou devo proporcionar atividades diferentes visto que a criança (que está no 2º ano) não sabe nem sequer ler?

Outra dúvida que surge: estariam os professores preparados para receber esses alunos e lhes dar a devida atenção de que necessitam? Se a resposta for NÃO, de quem seria esse papel? Ou melhor: do que precisariam esses professores para se sentirem capazes de receber esses alunos e desenvolver ao máximo suas habilidades?

Infelizmente eu AINDA (assim espero) não tenho as respostas de tais perguntas. Mas acredito que seja dever da escola e da sociedade em geral lutar para que essa inclusão de fato aconteça e não fique apenas no papel. É preciso ter cuidado para que a escola não seja visto por esse aluno com necessidades especiais como um local que o desencoraja em suas habilidades. Afinal, caso isso aconteça, esse aluno poderá vir a desenvolver uma visão distorcida da importância da educação para sua vida.

Acredito que a inclusão de crianças com necessidades educacionais especiais na rede regular de ensino é um grande desafio e que a luta está apenas começando. Certamente essa não é uma tarefa fácil. Por outro lado, os benefícios são muitos, tanto para esses alunos quanto para os demais que terão a oportunidade de conviver com as diferenças, refletindo e respeitando as mesmas desde muito cedo.

Espero que este texto possa contribuir de alguma forma na reflexão sobre o tema. Lembrando que o objetivo do blog não é trazer respostas prontas (até porque na maioria das vezes essas respostas não existem). Sendo assim, dúvidas, comentários, críticas e elogios são sempre bem-vindos. Esperam que tenham gostado!

sexta-feira, 9 de setembro de 2011

Movimento Estudantil


Nas ruas, nas praças, quem disse que sumiu?! Aqui está presente o Movimento Estudantil!

Me propus, aqui, a escrever sobre o movimento que confunde-se com a própria história política Nacional. Tarefa difícil, que certamente não será cumprida por completo, mas que, embora coubesse aprofundar (quem sabe em posts futuros), vale refletir.

O movimento estudantil caracteriza-se como um movimento social, desde seus primórdios (mas, sobretudo, no período militar) tomando a frente das lutas da sociedade. Exemplos de fácil recordação são as de “oposição ao regime militar”, pelas “diretas já”, “fora Collor”, entre outras. O ME pode ser considerado uma demonstração de consciência por parte dos jovens da importância de sua participação política e nas lutas sociais, e sua influencia, marcada na história.

Contudo pode-se dizer que não há uma “grande” mobilização estudantil há mais de 15 anos (a nível Nacional, eu digo, e tomo como ultima “grande luta” o “Fora Collor”, de 93). O medo de ser injusto me faz lembrar que houve, sim, lutas importantes contra a política de Educação de FHC e há, hoje, pelo investimento de 10% do PIB para Educação. Contudo, convenhamos, não há uma participação tão grande dos estudantes como houve no início dos anos 90 e décadas anteriores.

Claro, há de se levar em consideração o desinteresse geral pela política, o que mantém a população inerte (acreditem, há quem comemore), mas acredito também que o próprio movimento estudantil, e suas lideranças, são “culpados” por essa “crise”. Não se vê, pela UBES e UNE a instigação dos estudantes pela política (muitos deles nem sabem o significado dessas siglas), por seu papel, sua importância e pela própria história dessas instituições. Faltam debates, confronto de idéias, falta formação de uma consciência política. Esse papel nunca foi e não será exercido por quem detêm o “poder”, mas pode e deve ser desempenhado pelo próprio movimento estudantil na luta por fortalecê-lo. Não acredito também que esteja restrito às instituições Nacionais, mas parte de cada um de nós: dos Grêmios Estudantis, pelos CA/DAs (ou formação destes), pelo DCE, enfim, por cada representatividade estudantil da qual, direta ou indiretamente fazemos parte.

Vale parabenizar os estudantes que em meio a “calmaria”, seguem na luta. Ainda acontecem “marchas pela Educação”, por aí a fora; tomadas de reitorias; protestos e debates. Ainda há quem acredite na educação como ferramenta de transformação social e nos estudantes como protagonistas desta. Cabe assumirmos nosso papel.

sexta-feira, 2 de setembro de 2011

V Seminário Corpo, Gênero e Sexualidade



Surgiu a ideia de falarmos sobre o V Seminário Corpo, Gênero e Sexualidade, em que participamos de 25 a 27 de agosto na FURG

Uma das primeiras coisas surpreendentes fora a questão do público. Havia estudantes de várias universidades e dos mais diversos cursos, contudo, a maioria voltados às ciências humanas e da informação e, dos alunos da FURG a maior parte eram do curso de Educação Física. Pensava eu que pela questão do “corpo”, porém eles estavam envolvidos e inseridos no seminário como um todo, participando dos vários eixos e inseridos em outras atividades. Achei uma pena que somente uma área especifica de uma infinidade de cursos oferecidos pela FURG estivesse envolvida com temáticas que eu acredito serem indispensáveis. Nós (estudantes de psicologia) estudamos o “corpo” e algumas vezes tocamos em temas de gênero e sexualidade, mas de maneira transversal e basicamente quando estes são trazidos pelos alunos. Esses ainda são temas tabu, os quais os próprios professores sentem-se desconfortáveis em abordar, o que me leva a segunda questão. 

A maneira como os diversos pensadores abordavam esses temas tabu, de forma tão natural, aberta, crítica. Pessoas discutindo transsexualidade e “travestismo” de maneira séria, respeitosa e através de novas perspectivas. Foi impressionante e para muitos emocionante. As primeiras apresentações as quais assisti, foram no eixo 7, intitulado: “Heteronormatividade, heterossexismo e homofobia no cotidiano escolar”. Pois bem que na fala do mediador, me pareceu que ele esperava que os ouvintes fossem basicamente homossexuais (já pelo direcionamento dos temas), o que aconteceu de serem maioria, porém estavam ali muitos heterossexuais interessados nas temáticas e isso é enriquecedor, porque sexualidade não é um tema de orientações sexuais, é MUITO mais amplo que isso. 

Além disso, este seminário foi praticamente voltado à questões da educação, e me pareceu que somente o curso de educação física toca no que concerne a algumas destas questões de Corpo Gênero e Sexualidade. Sei que o curso de História tem uma cadeira sobre “questões de gênero na historia” e que a FURG tem 1 ou 2 grupos sobre sexualidade. Mas de acordo com o que nós vimos com relação a falta de conhecimento dos indivíduos que foram sujeitos das mais diversas pesquisas apresentadas neste seminário (principalmente professores), faz-se necessário a implementação desses temas tanto no currículo escolar quanto no acadêmico (tema também discutido em alguns trabalhos). Não precisamos de mais espaços específicos para discutir estes temas, precisamos que eles sejam cotidianos, que façam parte do dia-a-dia, da reflexão das pessoas, que haja informação. Para que a proposta deste blog não permaneça dentro destas “paredes” virtuais, e sim para que seja aberto um espaço na “mente” das pessoas, para que as idéias entrem e elas sejam “livres” pra pensar sobre isso e realmente o façam. (Ana Carolina Paes)


No 1º dia foi disponibilizada uma pequena sala para a apresentação dos trabalhos do Eixo 7. Não sei se já foi com a intenção de esperar menos pessoas do que em relação aos outros eixos, mas ocorreu exatamente o oposto. O local ficou lotado e as pessoas estavam começando a formar uma fila do lado de fora, sendo necessário pegar mais cadeiras das outras salas. Portanto no 2º dia, fomos levados para uma nova sala, dessa vez um tanto maior e capaz de acomodar à todos. Ironicamente este ocorrido serve como uma boa analogia para a situação social atual.

O tema da homofobia e da heteronormatividade vem cada vez mais ganhando espaço, a ponto de render fervorosas discussões onde quer que ocorram. E tais discussões tem de ser levantadas e não somente dentro do meio acadêmico. É crucial o trabalho dos núcleos de pesquisa, assim como trabalhos de mestrado e doutorado, porém hoje a prática dos mesmos se torna mais urgente e necessária. 

A maioria dos trabalhos desse eixo eram voltados para a área da educação e pude notar um certo receio e até mesmo uma resistência por parte dos educadores à respeito da intervenção de outros profissionais. Como estudante de Psicologia, irei sempre defender a interdisciplinaridade, tanto dentro do ambiente escolar como de qualquer outro responsável pela saúde humana. 

Enfim, meu objetivo não era falar sobre os trabalhos apresentados e como foram de extrema importância e imensamente educativos. Mas sim, falar sobre a última palestra do 2º dia, entitulada de ‘Histórias Narradas, Histórias Vividas’. Desprendidas de termos técnicos, autores, metodologias, e toda a pompa geralmente presente em apresentações acadêmicas, Cintia Du Vall e Marina Reidel emocionaram e educaram muito mais do que o esperado.

Mulheres, corajosas e transexuais. Marina é professora e Cintia é técnica em Informática e acadêmica do curso de Engenharia de Computação. Possuem histórias de vida completamente distintas mas se assemelham na determinação e na coragem de assumir  quem são. Mesmo com o pouco tempo que tinham, contaram seus momentos mais tristes assim como suas conquistas. Marina, antes da transformação, temia perder o emprego. Apesar de ainda sofrer preconceito conta com o dos alunos e da escola, onde acabou se tornando uma espécie de confidente para os jovens. Cintia enfrenta os desafios de ter escolhido uma profissão predominantemente masculina. Ela conta que os pais e o irmão a aceitam, mas continuam a chamá-la por seu nome antigo e a tratá-la por termos masculinos.

Cintia se considera um caso não muito comum entre os transexuais e que segundo ela foi particularmente difícil de lidar. Ela é uma transexual com identidade de gênero feminina e orientação sexual homossexual. Para quem não sabe, o gênero não determina a identidade e a orientação sexual. Gênero é o sexo biológico da pessoa. Identidade de gênero é a convicção interna de uma pessoa de ser do sexo masculino ou feminino. E orientação sexual é a atração sexual e afetiva que a pessoa sente por outros indivíduos. Ou seja, há diversas possibilidades de combinações, mas todas são válidas e merecem respeito incondicional.

Ao ouvir a fala das duas, é impossível não se sentir igualmente sensibilizada e revoltada com o preconceito sofrido diariamente. Sabe-se que a maioria dos transexuais vivem à margem da sociedade, praticamente forçados a sobreviver do mercado sexual. Muitos são espancados, humilhados e assassinados, simplesmente por não corresponderem aos valores de uma sociedade heteronormativa.

Se torna cada vez mais urgente a criação de políticas públicas, projetos e campanhas com o objetivo de esclarecer e educar a população e pôr um fim à ignorância e intolerância das pessoas. É preciso entender que antes de ser homo, hetero, bi ou trans, somos seres humanos em primeiro lugar. Não cabe à sociedade julgar quais formas de vida estão corretas e quais merecem respeito ou aceitação. Não cabe ao governo ceder à pressões de terceiros para impedir os direitos de uma parcela da população, negando assim sua cidadania. Mas cabe a nós não nos conformarmos com essa realidade. Como disse Camus: “A juventude é sobretudo uma soma de possibilidades.” (Rafaela Torino)

sábado, 27 de agosto de 2011

Um dia teríamos de deixar a procrastinação de lado e fazer com que esse “imaginário” fosse mais “revolucionário”. Não poderia haver data mais adequada do que hoje (27/08), dia do Psicólogo.



Já que temos a nosso favor, tecnologia, ciência, e liberdade de expressão, por que não unir esses elementos pra discutirmos a construção e a transformação pelas quais estamos passando (juntos) no curso de psicologia da FURG e as questões que nos são pertinentes. Partindo do pressuposto de que tudo na vida se transforma, podemos assim pensar nossa própria psicologia, depositando um olhar critico sobre tudo que nos tem sido passado, propondo soluções e também novas questões para o que toca o humano e os temas transversais em nosso campo. Acho que isso exige no mínimo flexibilidade, pra perceber que somos mutáveis, nós e o mundo, que as coisas não são fixas, principalmente o conhecimento (vemos isso diariamente na Psico, certo?). Precisamos também de curiosidade, para nos impulsionar. Sejamos nós parte ativa da construção dessa psicologia tão recente e por isso mesmo tão fascinante. E eu me orgulho de ao menos tentar fazer isso com vocês, nessas palavras que pretendemos compartilhar com quem estiver disposto a ler, e mesmo pelo simples fato de estarmos refletindo sobre. (Ana Carolina Paes)



A intenção aqui é sair da passividade de aceitação de um pensamento (dominante), expondo o nosso olhar reflexivo em relação a questões que julgamos pertinentes. Essa “criticidade”, por assim dizer, foi justamente o que nos uniu e deverá ser característica fundamental deste blog. No mais, gostaria de expressar minha satisfação em colocar em prática esse humilde projeto com três dos colegas que mais admiro. Que os frutos desse “imaginário revolucionário” sejam uma consciência revolucionária e atitudes revolucionárias, em um futuro mais ou menos distante. (Marlon Campos)

 

A criação deste blog é a prova de que as discussões, independente do teor das mesmas e da opinião individual de cada um, podem (e devem) levar à ação. Como já dito anteriormente pelos colegas, o objetivo é discutirmos de forma crítica os mais diversos temas ligados à psicologia. Afinal, é nosso papel como futuros psicólogos refletir de forma ética e responsável sobre as questões que movem a nossa sociedade, pois só assim (cada um fazendo a sua parte) poderemos pensar em uma sociedade mais justa e igualitária. Talvez isso soe como uma utopia. Nesse sentido cabe citar Édouard Herriot: "Uma utopia é uma realidade em potência". Sendo assim, lutemos cada um com as suas possibilidades para que esta utopia se torne realidade. (Tamara souza)



São quase dois anos de convivência. Dois anos de curso. Posso dizer que já não sou mais a mesma pessoa do início e tenho certeza que ao fim desses cinco anos, estarei bem diferente da pessoa que sou agora. Como a Ana falou, estamos em constante transformação. Em constante fase de adaptação. Melhorias. Construção. Chame como quiser. O fato é que não somos seres imutáveis. Temos o poder de mudar aquilo que nos incomoda. Temos o poder de incomodar aquilo que não muda. De pensar. Analisar. Questionar. Errar. Acertar. Ter medo. De ir além. Além da zona de conforto. Criamos um espaço justamente para isso. Um espaço livre para reflexões, informações e muitos outros “ões”, de quatro jovens futuros psicológos que acreditam que a jornada é mais importante que o destino. (Rafaela Torino)



Feliz Dia do Psicólogo para todos os profissionais e estudantes da área!