sexta-feira, 9 de setembro de 2011

Movimento Estudantil


Nas ruas, nas praças, quem disse que sumiu?! Aqui está presente o Movimento Estudantil!

Me propus, aqui, a escrever sobre o movimento que confunde-se com a própria história política Nacional. Tarefa difícil, que certamente não será cumprida por completo, mas que, embora coubesse aprofundar (quem sabe em posts futuros), vale refletir.

O movimento estudantil caracteriza-se como um movimento social, desde seus primórdios (mas, sobretudo, no período militar) tomando a frente das lutas da sociedade. Exemplos de fácil recordação são as de “oposição ao regime militar”, pelas “diretas já”, “fora Collor”, entre outras. O ME pode ser considerado uma demonstração de consciência por parte dos jovens da importância de sua participação política e nas lutas sociais, e sua influencia, marcada na história.

Contudo pode-se dizer que não há uma “grande” mobilização estudantil há mais de 15 anos (a nível Nacional, eu digo, e tomo como ultima “grande luta” o “Fora Collor”, de 93). O medo de ser injusto me faz lembrar que houve, sim, lutas importantes contra a política de Educação de FHC e há, hoje, pelo investimento de 10% do PIB para Educação. Contudo, convenhamos, não há uma participação tão grande dos estudantes como houve no início dos anos 90 e décadas anteriores.

Claro, há de se levar em consideração o desinteresse geral pela política, o que mantém a população inerte (acreditem, há quem comemore), mas acredito também que o próprio movimento estudantil, e suas lideranças, são “culpados” por essa “crise”. Não se vê, pela UBES e UNE a instigação dos estudantes pela política (muitos deles nem sabem o significado dessas siglas), por seu papel, sua importância e pela própria história dessas instituições. Faltam debates, confronto de idéias, falta formação de uma consciência política. Esse papel nunca foi e não será exercido por quem detêm o “poder”, mas pode e deve ser desempenhado pelo próprio movimento estudantil na luta por fortalecê-lo. Não acredito também que esteja restrito às instituições Nacionais, mas parte de cada um de nós: dos Grêmios Estudantis, pelos CA/DAs (ou formação destes), pelo DCE, enfim, por cada representatividade estudantil da qual, direta ou indiretamente fazemos parte.

Vale parabenizar os estudantes que em meio a “calmaria”, seguem na luta. Ainda acontecem “marchas pela Educação”, por aí a fora; tomadas de reitorias; protestos e debates. Ainda há quem acredite na educação como ferramenta de transformação social e nos estudantes como protagonistas desta. Cabe assumirmos nosso papel.

Um comentário:

  1. Sobre os movimentos estudantis, apenas uma consideração - quem sabe tangenciando o tópico principal, ou não: faz tempo que, particularmente, tenho visto os menos politizados serem capazes de maiores mudanças que os pseudo-intelectuais. Não, não defendo de maneira alguma a não "politização" do jovem, mas ainda penso que, mesmo não politizado, existem ótimos exemplos de agentes modificadores dos seus próprios contextos. Nesse sentido, não me parece obrigatório (e nem penso que o texto o faça parecer) estar completamente consciente de todo panorama político/social da realidade global da qual faz parte. Assim, concordo em todos os sentidos com a idéia de que o poder parte de cada um de nós e de que não é exercido por quem tem o poder. Sugiro, aos que possam se interessar, por conhecer um texto de uma autora indiana chamada Gayatri Chakravorty Spivak ("Can the Subaltern Speak?"), que elucida muito bem a idéia da possibilidade, ou não, de posicionamento (e de que maneira) dos "subalternos". Continuem com os excelentes posts e críticas, pessoal. Abraço!

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